TRIBUTO A CABEH
Conheci o Cabeth através de Érico Junqueira. Eu e Érico, estávamos tentando compor algumas músicas, sem pretensão profissional e sem diletantismos, apenas para exorcizar melodias e letras que vinham, sem ser premeditadamente invocadas, à nossa mente ou coração, quem sabe. O Cabeth chegou para socorrer o nosso amadorismo, e mais que isto, nos encantou com a sua bela voz e ótimas canções. Passamos a nos encontrar aos sábados, pela manhã, na AB Propaganda. Daí nasceram amizades e parcerias graças, evidentemente a generosa compreensão do Cabeth, um experiente artista da música, que juntava dois intuitivos na sua seara. Surgiu então o projeto deste CD, Esquina da Solidão, que inclui quatro composições com participações minha, do Érico e do Ronaldo Braga. Eu e o Érico, humildemente entre compositores talentosos como Jonas Sobrinho, César Teixeira, Joãozinho, o próprio Ronaldo Braga e o Cabeth.
Iniciou-se a execução do CD. Cabeth já tinha gravado o vocal no estúdio do Nonato, quando a sua vida foi interrompida aos 52 anos de idade. Cabeth se encantou, virou estrela e nos deixou a sua voz, eterna saudade a nos lembrar a conclusão do projeto.
Então, com a produção do Marquinhos, Cabeth já ausente, vieram os arranjos, os instrumentais e as divinas participações das vozes de Ana Torres, Josias Sobrinho, Tutuca, Cláudia Bittencurt, Murilo e Dafé. Esses artistas dialogam com Cabeth como se estivessem cantando com ele, nas manhãs de sábado em que nos encontrávamos na AB. O CD se tornou um tributo a Cabeth. E uma obra-prima da M.P.M em homenagem àquele que, como um anjo, deixou-nos a sua voz para fazer seresta nas estrelas.