FLÁVIO DINO, WEVERTON, BRANDÃO… REUNIÃO DO FAZ DE CONTA

A reunião entre Flávio Dino e líderes aliados, incluindo aí os principais postulantes ao cargo de governador no grupo governista, não produziu nenhum efeito novo no cenário sucessório. Como diria Lampedusa: mudar tudo para continuar tudo como estava, ou, no popular: tudo como dantes no quartel de Abrantes. Isto significa que Weverton e Brandão vão continuar medindo força nesse cabo de guerra, tensionando uma corda já à beira da exaustão. O jogo do faz de conta continua.

O governador Flávio Dino faz de conta que comanda o jogo e que tem a vara de condão para manter o seu grupo unido. O Weverton Rocha faz de conta que é comandado e obedece o líder incondicionalmente. O Carlos Brandão faz de conta que vai rezar exclusivamente pela cartilha do seu professor e professor de Deus, mas sabe que um depende do outro simbioticamente. Enquanto isso, todos sabem que não há mais cartas na manga que se mantenham em segredo, não há mais Coelho na cartola: as últimas eleições municipais revelaram todos os truques dos Mandraques pretendentes ao trono, todos de cabeças de fora.

Enquanto isso, ninguém desconhece que nesse Game Of Trone tupiniquim, a partir da largada, que já foi dada, só restam as cordas a serem esticadas a cada dia, até se arrebentarem nas mãos do governador, impotente diante da ruptura, expondo a fratura de um grupo inevitavelmente rachado.

Um efeito bumerangue, já que o governador Flávio Dino demorou muito a pôr os pés no chão, enquanto sonhava em conquistar os céus do Planalto, e tal qual o filósofo Tales de Mileto, tropeçou em um buraco. Não muito longe desse cabo de guerra, espreitando, lobos famintos traçam suas estratégias para entrarem também nesse jogo de bola dividida, de caça aos votos sem curral. Isso tudo acontecendo, sem combinar com o povo, ou com os russos, como diria Garrincha.

Flávio Dino marca reunião com presidente nacional do PDT e acena para unidade com Ciro

Governador do Maranhão, Flávio Dino deixou o PcdoB e decidiu se filiar ao PSB. Em entrevista ao GLOBO, disse que tomou a decisão por dois motivos. O primeiro, eleitoral, já que mudanças na legislação dificultaram a vida dos partidos pequenos, que terão menos recursos e exposição na mídia. Entusiasta da candidatura de Lula, Dino diz que a outra motivação é que, estando numa legenda maior, poderá trabalhar mais pela união da esquerda na eleição de 2022. Outro político que recentemente anunciou sua filiação ao PSB foi Marcelo Freixo; ele deixou o PSOL após 16 anos.

O GLOBO: Por que o senhor decidiu se filiar ao PSB?

Flávio Dino: Em primeiro lugar, fatores atinentes à legislação eleitoral. Tivemos regime novo de organização dos partidos que conduz a enxugamento de legendas, sobretudo com a cláusula de barreira e fim das coligações. Considero esse enxugamento irreversível. E pode se dar de vários modos, inclusive com a chamada federação, que ainda depende de votação no Congresso. O outro fator é que, já há algum tempo, defendo que haja união de partidos da esquerda. E acho que minha migração vai nessa direção. Considero que o PSB, neste momento, tem condição de ser polo aglutinador de outros partidos para ser frente política capaz de ajudar a derrotar Bolsonaro. Então, em primeiro lugar, tem o vetor legal; em segundo, o vetor político.

O senhor é próximo de Lula, assim como Freixo, que também vai se filiar ao PSB. Isso indica que o partido, que se distanciou do petista nos últimos anos, está se reaproximando de Lula e estará com ele em 2022? 

O PSB integrou o campo liderado pelo ex-presidente Lula desde 1989. Quando Lula foi candidato a primeira vez, o vice foi indicado pelo PSB, o então senador Bisol. Essa relação vem de longa data. Houve um distanciamento recente, mas acredito que isso já está superado. A minha presença e a do Freixo ajudam na intensificação desse diálogo, porque o ex-presidente Lula é figura imprescindível para o campo da esquerda no Brasil.

Como avalia a frente de alguns partidos de centro que pregam ‘nem Lula nem Bolsonaro’ em 2022? 

Por enquanto, não há esse espaço. Pode ser que surja com a eventual perda de força do Bolsonaro. Só acredito numa alternativa do centro se houver enfraquecimento do Bolsonaro. Se não ocorrer, é difícil romper a chamada polarização. Se a eleição fosse hoje, essa terceira via não teria espaço. Mas, como brasileiro, torço para que essa alternativa se viabilize com partidos mais ao centro.

Acredita que parte do centro caminhará com Lula? 

Minha ida ao PSB tem esse objetivo, de sinalizar abertura bem ampla de diálogo a partir da esquerda. Uma esquerda que defende sua identidade, suas posições, mas não é fechada para alianças mais ao centro. Pretendo ajudar nessa interlocução. Nosso companheiro Marcelo Freixo tem objetivo de liderar frente forte e ampla para derrotar o bolsonarismo no seu berço, o Rio. Esse fortalecimento do PSB tem incidência no debate nacional e em vários estados.

 Seu foco continua sendo o Senado em 2022?

Esse é o plano principal. Outras possibilidades são especuladas.

Ser vice de Lula é uma delas? 

Sempre se fala nisso, mas considero que vice é uma escolha do titular. Não cabe a mim.

O senhor tem ótima relação com Ciro Gomes (PDT). Como avalia as contundentes críticas dele a Lula e ao PT? 

Insisto que o lulismo e o trabalhismo são vertentes imprescindíveis. Então defendo que, mesmo mantidas as diferentes candidaturas, não haja beligerância. Se ficar muito aceso esse tipo de contenda, dificulta união em palanques estaduais. Dificulta também uma aliança no segundo turno, como vimos em 2018. Acho que a postura belicosa atrapalha e espero revisão desse tipo de atitude, sem prejuízo da manutenção de diferentes candidaturas.

O senhor vai pedir que Ciro Gomes modere o discurso? 

Hoje conversei com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Combinamos um encontro para o mês que vem. Em razão dessa ótima relação que tenho com o PDT, espero ajudar na melhor organização do nosso campo para que não percamos foco naquilo que é central. Vou tentar quebrar essa beligerância.

Ciro vai participar dessa reunião no mês que vem? 

Marquei foi com Lupi, mas espero que Ciro participe, sim. (O Globo)

Dra. Cleide Coutinho participa de articulações para 2022

A deputada Estadual Dra. Cleide Coutinho (PDT) participou de intensas articulações políticas, ao receber o atual prefeito e o ex-prefeito de São Mateus, Ivo Rezende e Miltinho Aragão, respectivamente.

Na mesma tarde, quem se reuniu com a deputada foram os deputados federal Gil Cutrim e estadual Glalbert Cutrim. Os parlamentares estavam acompanhados do Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Edmar Cutrim.

Nas duas reuniões, os líderes políticos fizeram um balanço do quadro político-eleitoral e as posições que cada um assumirá no pleito de 2022.