Em nome da garantia de ter o ex-presidente Lula de volta ao comando do país, PDT pode sacrificar a candidatura de Ciro Gomes, o que fortalece ainda mais a presença do PT no projeto do senador Weverton Rocha no Maranhão
Da coluna Estado Maior*, com edição do blog
No início deste mês, o PDT deu demonstração de que tem todo o interesse em se juntar ao projeto de ter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de volta ao comando do Brasil. E para isso, poderá até sacrificar o seu possível candidato a presidente da República, Ciro Gomes.
Esta possibilidade foi levada a bancada do PT no Senado, em jantar que teve como convidado o senador maranhense Weverton Rocha (PDT), único não-petista presente ao encontro.
Com a informação, a direção nacional do PT deu aval a membros da legenda no estado a iniciar diálogo com Rocha e o seu PDT.
Ter um nome da dita esquerda fora da disputa e o PDT aliado ao PT, sem dúvida, fortalece o projeto petista; no entanto, esse apoio e o sacrifício de Gomes não será com preço baixo.
Fora o de sempre – espaços num possível governo – acordos para as disputas estaduais estão no pergaminho que está sendo escrito para validar o acordo.
E entre os focos nos estados, claro, está o projeto do porta-voz pedetista na reunião do PT.
Weverton Rocha – com total aval de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT – colocou o apoio a sua possível candidatura ao governo do Maranhão no rol dos apoios que estão sendo costurados pelo ex-presidente Lula e demais petistas.
Nas próximas semanas, por sinal, no Maranhão, petistas começarão a manifestar apoio ao projeto do senador pedetista.
Depois disso, é aguardar a oficialização da direção nacional para a aliança PT/PDT.
Que passará pela disputa do Palácio dos Leões…
*Publicada no jornal O Estado Maranhão, edição do dia 17/06/2021
Secretário de Estado da Educação e pretenso candidato a deputado federal ou a vice-governador, Felipe Camarão está mesmo de chegada ao PT.
Ele anunciou na manhã desta segunda-feira, 7, que protocolará pedido de filiação ao partido do ex-presidente Lula.
“Hoje, segunda, dia 7/6/21, irei protocolar meu pedido de filiação ao Partido dos Trabalhadores- PT @ptbrasil. Pedirei para ingressar na sigla com muito orgulho e determinação em fazer o melhor para meu estado e meu país”, disse, no Twitter.
Camarão estava filiado ao DEM, mas deixou a sigla – que está na base do senador Weverton Rocha – há alguns dias. O PT, por outro lado, está cada vez mais próximo de Carlos Brandão.
Algo surpreendente pode ocorrer na política do país. PT e PSDB podem estar no mesmo palanque em 2022.
No caso em questão, no Maranhão.
Rivais históricos, petistas e tucanos podem formar uma aliança em torno da candidatura de Brandão ao governo.
Para que isso aconteça, antes, porém, as direções nacionais dos dois partidos terão que dar o aval. Uma combinação complexa, difícil, mas não impossível.
Nesta terça-feira (18), o presidente estadual do PT, Augusto Lobato, e presidente do diretório de São Luís, Honorato Fernandes, estiverem reunidos com o vice-governador Carlos Brandão (PSDB).
Na pauta, certamente, os primeiros passos da difícil equação PT/PSDB/MA, caso Brandão seja o candidato do grupo ao governo.
Movimentos do ex-presidente deixam claro que ele pretende em uma aliança de centro-esquerda, que pode reunir o governador Flávio Dino e a ex-governadora Roseana Sarney no palanque do senador Weverton Rocha; reação de lideranças petistas e emedebistas maranhenses – com pouca ou nenhuma influência nas instâncias nacionais – tem mais a ver com a tentativa de manter espaços no segundo e terceiro escalões de um eventual governo do vice tucano Carlos Brandão.
A intensa repercussão da movimentação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na semana passada, reforçou a tese de uma aliança de centro-esquerda que reúna não apenas o PT, mas também o PDT, o PCdoB, o PSB e também o MDB nas eleições de 2022.
E esta aliança indica a possibilidade de um palanque no Maranhão que reúna o atual governador e pré-candidato a senador, Flávio Dino (PCdoB), e a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), no palanque do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado.
Interlocutor frequente de Flávio Dino, Lula fez dois gestos na direção da aliança:
1 – recebeu Weverton Rocha em um jantar com a bancada do PT no Senado e os dirigentes nacionais do partido;
2 – Foi recebido pelo ex-presidente José Sarney (MDB).
Apesar de não comandar seus partidos, tanto Weverton quanto Sarney têm forte influência na direção nacional dessas legendas, o que pode garantir a aliança.
A reação de algumas lideranças locais do PT e do MDB – com pouca ou nenhuma influência influência nas instâncias nacionais de seus partidos – foi, num primeiro momento, a de minimizar a movimentação de Lula.
Os petistas maranhenses têm indicações no segundo e terceiro escalões do governo Flávio Dino; os emedebistas, a maioria da chamada velha guarda sarneysista, são mais vinculados às ideias do presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), um dos principais opositores de Jair Bolsonaro, faz duras críticas ao governo, mas diz ser favorável que se investiguem estados e municípios na CPI da Covid.
Entre os temas abordados por Dino estão a organização de governadores via WhatsApp no combate à pandemia, a corrida por vacinas como a Sputinik V, que teve licença negada pela Anvisa na semana passada, além do protagonismo do Maranhão ao recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o governo realize o Censo 2021.
Sobre as eleições de 2022, Flávio Dino diz querer concorrer a uma vaga no Senado e afirma haver condições para que seja formada uma candidatura de centro-esquerda que faça frente a Jair Bolsonaro.
“O PT é o maior partido do nosso campo político e tem essa liderança que é o ex-presidente Lula, talvez a maior liderança da nossa história. É natural que ele tenha um papel de coordenação, de direção, de liderança desse processo. Tenho conversado muito com ele e vejo essa disposição ao diálogo e acho que esse é o caminho. Ele pode ser o candidato se de fato esse for o caminho que ele próprio coloque com o partido dele porque é um nome que tem todos os atributos para ser esse elemento de convergência, ou dependendo da avaliação em 2022 o PT apoiar alguém seria normal”, disse Dino.
A CPI da Covid vai também investigar governos e municípios. Os senhores estão dispostos a irem depor na comissão? Qual a sensação dos governadores com relação à comissão?
Temos de separar o joio do trigo. Uma coisa são investigações legítimas, que fazem parte da vida republicana. Eu defendo investigações. O que sou contra é o estabelecimento de perseguições. A milicianização de instituições para servir a propósitos de pequenos grupos, de poderosos de ocasião. Isso é a separação que temos de fazer.
A CPI no Senado pode e deve investigar o uso de recursos federais em estados e municípios, mas com seriedade, moderação, compromisso aos fatos e não repetindo fake news, mentiras de que eram bilhões ou trilhões e que todos os governadores roubaram.
O senhor é uma opção para a corrida eleitoral presidencial de 2022?
Eu venho afirmando que o meu projeto principal que busco hoje é a candidatura ao Senado pelo Maranhão. É claro que tudo está ainda muito aberto. Temos de esperara, dar tempo ao tempo, ver como as forças políticas do campo progressista popular vão convergindo, mas realmente tenho hoje uma visão mais relacionada à política estadual e colaborar com a nacional. Acima de tudo com essa visão de convergência do campo progressista para que a gente derrote o bolsonarismo. Tenho dois grandes objetivos nas eleições de 2022. O primeiro é a busca do Senado pelo Maranhão e por outro lado derrotar o bolsonarismo porque o Brasil não aguentaria mais quatro anos de desastre. Minha colaboração é: o que podemos fazer para evitar mais quatro anos de governo desastrado, incompetente, improbo, que temos atualmente.
O ex-presidente Lula voltou ao cenário eleitoral, esteve em Brasília essa semana. Há alguma articulação com o PT? Como fica uma possível candidatura de esquerda enfrentando Lula?
O PT é o maior partido do nosso campo político e tem essa liderança que é o ex-presidente Lula, talvez a maior liderança da nossa história. É natural que ele tenha um papel de coordenação, de direção, de liderança desse processo. Tenho conversado muito com ele e vejo essa disposição ao diálogo e acho que esse é o caminho. Ele pode ser o candidato se de fato esse for o caminho que ele próprio coloque com o partido dele porque é um nome que tem todos os atributos para ser esse elemento de convergência, ou dependendo da avaliação em 2022 o PT apoiar alguém seria normal.
Partidos de esquerda têm falado muito sobre impeachment. Essa é a saída?
Considerando que estamos em meio a uma pandemia pessimamente gerida, o impeachment é imprescindível. É um imperativo da hora presente para salvar vidas. Tenho certeza que o vice-presidente Hamilton Mourão, com quem tenho óbvias diferenças ideológicas, seria um gestor com mais atributos, qualidades e capacidades cognitivas para poder entender o que está se passando no Brasil e no mundo e, com isso, poder governar melhor. Sou daqueles que acham que todo momento é propício para fazer impeachment diante de um governo tão desastrado e inconstitucional e de um presidente da república tão amigo dos crimes de responsabilidade.
O senador Weverton e o ex-presidente Lula estiveram reunidos na noite de ontem (4), em Brasília.
De acordo com o senador maranhense, foi discutido “o futuro do nosso país e do Maranhão e sobre as jornadas que nos uniram no passado”.
Weverton conversou também com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, com o ex-candidato a Presidente Fernando Haddad e toda bancada petista no Congresso, em um jantar que dourou até tarde da noite.
“O diálogo ainda é o melhor caminho. Ótima conversa”, disse Weverton após sair do encontro.
Vale lembrar que Weverton foi apoiado por Lula em 2018 e agora busca ter novamente o apoio dos petistas à sua candidatura ao governo