SUICIDA
O homem vencerá
a sua imagem
no espelho;
o homem vencerá o homem,
só então descobrirá,
muito tarde,
que não era um assassino,
mas sim: UM SUICIDA
TRANSCENDENTAL
Depois que faço amor contigo,
minhas forças se vão
mas a felicidade fica
ninando meu coração,
alentando minha vida!
O amor é assim, minha amada.
Não se esgota no sensual.
Depois do carinho, da carne agitada;
Fica a paz inexplicável, a paz transcendental.
COMENTÁRIOS SOBRE O AUTOR
O mar bravio de Alex Brasil
Observo o limiar da poesia maranhense dos últimos tempos e declaro: Ergue-se rompendo torres de marfim e galgando universos inocentes, o poeta ALEX BRASIL.
No que tu dizes:
“Éramos inocentes”. Trazes não a esperança desnutrida, mas a vontade única de saciar a casa esfomeada que cada humano traz em si.
“Comida para todos, segurança para todos, oportunidade para todos, educação para todos,
Saúde…
liberdade…
E a luz divina Iírica que o mar bravio da vida de ALEX BRASIL arrebata em altas ondas e repete-se:
“… E não importam as neblinas, porque sempre haverá um barco saindo das entranhas do ideal humano, rumando para alto-mar na busca do sol, de novos dias, de novos homens no outro lado do oceano!”
Rodeia tua simplicidade em volta deste PLANETA VERMELHO, e com tua armadura de ferro, ampara a frágil alma escondida no mais longícuo dos homens.
Muce Haidar
Algumas palavras
O Alex Brasil neste livro, traz a impressão de um poeta novo, mais reforçado, imune a uma certa pasmaceira adolescente que costuma assaltar alguns de nossos poetas. Como que tendo vivenciado mais o fazer poético, Alex Brasil fala “de trovões e latidos nas ruas sinistras perto de minha janela aberta com o roçar do vento rugindo insônia, conduzindo vampiros sedentos”
Os versos de Alex Brasil soam fortes em ouvidos mais acostumados a poesias vividas nos distúrbios de ruas e nos cancros de nossa natureza provinciana e mal cuidada. Depois de “A Idade do Ouro Negro”, Inferno Verde, dentre outros, é possível perceber neste livro um certo paralelismo entre o lírico cotidiano e a preocupação recém-revelada de que
“nem o vento
“nem o amor
Nem a poesia serão capazes de modificar nossos algozes”
“ou quando, ao descrever suas próprias ilações diante de um menino abandonado, vai além e constata:
‘seu olhar, com o brilho, me esfola”
De todo mundo, Alex Brasil é capaz de sonhos, mais ousados que o amor que canta com insistência ou as incursões supra citadas em direção às preocupações sócio-políticas:
Poetas! Plantai poetas em vossas casas!
E é em nome desta íngreme plantação de poetas que insiste em existir nas ruas de São Luís, nos becos desta cidade estropiada, que é preciso descobrir no estilo solitário e acessível de Alex Brasil, um caminho para a poesia como expressão mais forte do homem inacabado.
Cunha Santos Filho
COMENTÁRIO (JOMAR MORAES)
UMA IMPRESCINDÍVEL MENSAGEM
Indiferente a modismos e alheio a grupos ou movimentos literários, Alex Brasil cumpre, com determinação, seu percurso expressional.
Pela constância com que lança, de tempos em tempos, um novo livro, é de reconhecer-se que tem íntima necessidade de escrevê-los e publicá-los. Justamente a (reside o convencimento pessoal dos que estão certos de serem porta vozes de uma imprescindível mensagem.
Não se formou, ainda, entre nós, uma idéia precisa do que representa, entre os novos de nossa poesia, a cada dia mais extensa e diversificada contribuição de Alex Brasil.
Esse é um dado que seguramente não integra a preocupação fundamental do poeta. Ao contrário de lutar pelo reconhecimento e pela rotulação de sua obra, Alex Brasil prossegue realizando-a, de conformidade com sua visão de mundo. Uma visão que não compreende profundas reflexões filosóficas, mas privilegia graves perplexidades da hora que passa do momento presente que se faz história com a nossa efetiva participação pessoal.
Alex Brasil faz de sua poesia um testemunho vivo das emoções que o inquietam, compondo, através dos livros que vai publicando, o registro de quem está na guerra, não para fazê-Ia mas para sobre ela opinar. E trabalho válido, feito de matéria essencialmente circunstancial. Por isso mesmo, carregado das pequenas emoções que representam o protesto de alguém preocupado com o profundo sentido da vida.