Movimentos do ex-presidente deixam claro que ele pretende em uma aliança de centro-esquerda, que pode reunir o governador Flávio Dino e a ex-governadora Roseana Sarney no palanque do senador Weverton Rocha; reação de lideranças petistas e emedebistas maranhenses – com pouca ou nenhuma influência nas instâncias nacionais – tem mais a ver com a tentativa de manter espaços no segundo e terceiro escalões de um eventual governo do vice tucano Carlos Brandão.
A intensa repercussão da movimentação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na semana passada, reforçou a tese de uma aliança de centro-esquerda que reúna não apenas o PT, mas também o PDT, o PCdoB, o PSB e também o MDB nas eleições de 2022.
E esta aliança indica a possibilidade de um palanque no Maranhão que reúna o atual governador e pré-candidato a senador, Flávio Dino (PCdoB), e a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), no palanque do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado.
Interlocutor frequente de Flávio Dino, Lula fez dois gestos na direção da aliança:
1 – recebeu Weverton Rocha em um jantar com a bancada do PT no Senado e os dirigentes nacionais do partido;
2 – Foi recebido pelo ex-presidente José Sarney (MDB).
Apesar de não comandar seus partidos, tanto Weverton quanto Sarney têm forte influência na direção nacional dessas legendas, o que pode garantir a aliança.
A reação de algumas lideranças locais do PT e do MDB – com pouca ou nenhuma influência influência nas instâncias nacionais de seus partidos – foi, num primeiro momento, a de minimizar a movimentação de Lula.
Os petistas maranhenses têm indicações no segundo e terceiro escalões do governo Flávio Dino; os emedebistas, a maioria da chamada velha guarda sarneysista, são mais vinculados às ideias do presidente Jair Bolsonaro.
Estas lideranças fazem gestos ao atual vice-governador Carlos Brandão (PSDB) – que deve assumir o comando do estado em abril de 2022 – tentando garantir posições no eventual governo tucano-bolsonarista.
A questão é que os movimentos de Lula rumo ao centro-esquerda visam, exatamente, neutralizar o PSDB como opção de poder a Jair Bolsonaro.
E mostram que o caminho natural do PT é com PDT, PCdoB, PSB e MDB…
Fonte: Marcos D’Eça