Esperando Godot, obra máxima do teatro do absurdo, escrita pelo irlandês Samuel Beckett não conta uma história, ao contrário, explora uma situação estática. O lugar é deserto, sem cor. … Dois velhos vagabundos, Vladimir e Estragon estão esperando Godot, que pode ser Deus ou qualquer coisa que angustiantemente nunca chega. Com isso, procuram preencher o tempo da espera dialogando até a exaustão, pois nessa espera está todo o sentido de suas vidas.
Pois bem, a propósito do dilema em que vive o governador Flávio Dino, na sua atual solidão de poder, num cenário desértico de uma encruzilhada shakesperiana, que pode definir seu futuro político e do seu grupo em tensão existencial, é bem apropriada essa analogia entre a angústia do governador e a dos personagens do irlandês Samuel Beckett, analogia um tanto intelectualizada, mas também aí, pertinente às reflexões do governador Flávio Dino, que brevemente entrará para a Academia Maranhense de Letras.
Dito isto, é aconselhável que o governador Flávio Dino releia (pressupondo que já tenha lido) Esperando Godot, essa obra exemplar para esses momentos de ser ou não ser do seu atual palco político num cenário nebuloso, onde o tempo de espera pode já não existir mais e só desespera.
Depois, como uma águia experiente, dá uma olhada de trezentos e sessenta graus na planície e no planalto, conversa com Geraldo Vandré, que “esperar não é saber…” e vai de Maquiavel: “O príncipe deve ter o rugido do leão para espantar os lobos, e a esperteza da raposa para não cair em armadilhas.”
Uma hora o governador vai ter que dar um murro na mesa, no momento certo, pelo motivo certo, com a pessoa certa, como sugere a inteligência emocional. Esse momento já passou? Ou ainda há esperança em continuar Esperando Godot?
A Prefeitura de São Luís dará início, nesta segunda-feira (31), a um mutirão para vacinar a população contra a Covid-19 com ainda mais agilidade. O anúncio feito pelo prefeito Eduardo Braide em suas redes sociais, determina a imunização de duas faixas etárias por dia, em horário ampliado, além da abertura do cadastro para pessoas com a partir de 40 anos e de mais um ponto de imunização, no ginásio da UNDB, no Renascença.
“Vamos avançar ainda mais na imunização em São Luís, agora, vacinando duas idades por dia, descendo na faixa etária da nossa população. Também, a partir de segunda-feira, com o início do mutirão da vacina, nossos cinco postos de vacinação, passam a funcionar até às 20h, para que os trabalhadores consigam ir após o expediente. A nossa cidade continuará sendo referência na campanha contra a Covid em todo o país”, destacou o prefeito.
Com a abertura de novos pontos de vacinação pela Prefeitura de São Luís, subiu muito a capacidade de aplicação de doses de imunizantes contra a Covid-19 na capital maranhense.
Até a chegada das 300 mil doses extras enviadas pelo Ministério da Saúde após a identificação da cepa indiana na cidade, o Município estava aplicando, em média, de 4 mil a 5 mil doses diárias.
Após isso, o número subiu a 6 mil/dia.
Agora, com a instalação do drive-thru da Uema e do posto da UNDB (saiba mais), a Prefeitura já tem capacidade para aplicar 12 mil doses diárias.
E a meta, afirma o secretário municipal de Saúde, Joel Nunes Júnior, é de aplicar 15 mil por dia.
Presidente só aceita integrar uma legenda se puder ser o mandachuva e encontra forte resistência. Para especialistas, demora do chefe do Executivo pode encarecer o custo da negociação, com mais exigências por verbas ou indicações a órgãos do governo
Diante da frustração de não conseguir criar o próprio partido, o presidente Jair Bolsonaro não esconde mais a possibilidade de se filiar a uma legenda política já existente para concorrer à reeleição ao Palácio do Planalto no ano que vem. O mandatário, no entanto, tem encontrado dificuldades nas negociações com algumas siglas pela exigência de querer ser o mandachuva das agremiações. Já bem estruturados, os partidos resistem em abrir mão de tudo o que construíram simplesmente para acomodar o chefe do Executivo.
Nos últimos meses, Bolsonaro conversou com líderes de pelo menos sete legendas: PL, Republicanos, PTB, Patriota, PRTB, PP e PSL — seu último partido. Ele sinalizou a todos que gostaria de ter a liberdade de indicar nomes para comandar os diretórios das siglas nos estados, o que lhe daria mais poder para definir estratégias voltadas ao pleito de 2022, mas, em contrapartida, foi avisado de que as legendas não estão dispostas a tomar uma decisão tão arriscada como essa, que seria capaz de mudar a identidade e o perfil da agremiação.
Não vejo a hora de decidir o partido, mas não é decisão minha”, afirmou Bolsonaro a apoiadores na semana passada. Na ocasião, o chefe do Executivo ainda reclamou que “ninguém quer entregar o osso para a gente, querem entregar só o casco do boi, nenhum ossinho com tutano querem dar para a gente”.
Nos últimos dias, o senador Flávio Bolsonaro (RJ) anunciou sua desfiliação do Republicanos para ajudar o presidente nas negociações por um novo partido. O parlamentar quer estar na mesma legenda do pai durante as eleições do ano que vem. No momento, a sigla que aparece mais próxima de contar com os Bolsonaro entre os seus filiados é o PP. A agremiação tem importantes aliados do chefe do Executivo no Congresso Nacional, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do partido e um dos defensores do mandatário na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.
Jogam a favor do partido o fato de Bolsonaro já ter sido membro do PP no passado e a articulação, feita por Lira e Nogueira ao longo de 2020, para que o governo conseguisse construir uma base de sustentação no Parlamento com o Centrão, cujo objetivo é aprovar matérias de interesse do Planalto e blindar o mandatário de qualquer processo de impeachment que possa ser aberto no Congresso.
Integrantes do partido apoiam a filiação de Bolsonaro, pois entendem que o chefe do Executivo poderia colocar a sigla em outro patamar. “O presidente já foi do PP e, certamente, seria muito bem-vindo, pois é bastante querido. E como o partido está na base de apoio do governo, acredito que seria uma grande aquisição. No nosso caso, não há empecilho algum para a sua volta”, sustentou o deputado Hiran Gonçalves (PP-RR), um dos vice-presidentes nacionais do PP.
Quem tem conduzido as tratativas com Bolsonaro é Ciro Nogueira. Há duas semanas, o presidente falou sobre o interesse do senador e sinalizou a possibilidade de retornar à legenda. “Fui do PP dele por muito tempo. Ele (Ciro) quer que eu retorne ao Partido Progressistas. Quem sabe? Se ele for bom de papo, quem sabe a gente volte para lá. É um grande partido”, afirmou o mandatário, durante um evento no Piauí.
Riscos Por mais que saiba da vontade do PP de abrigar a sua candidatura no ano que vem, Bolsonaro não está com pressa de bater o martelo. O presidente avalia que, no final das contas, o processo de escolha de um partido vai ser o aspecto menos importante para definir o seu desempenho nas urnas em 2022. Afinal, devido à influência política que tem atualmente, conseguiria manter o seu eleitorado mais fiel mobilizado, independentemente de a qual legenda ele esteja filiado.
Apesar disso, na avaliação de cientistas políticos, Bolsonaro precisa colocar um ponto final nessa questão o quanto antes. Caso deixe para decidir nas vésperas do prazo mínimo de seis meses — estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que um político se filie a um partido visando a disputa de eleições —, as exigências da legenda para abrigar o chefe do Planalto podem ser muito altas.
Quanto mais ele adiar a decisão, mais vai encarecer o preço político dos partidos. Como Bolsonaro estará em sentido de urgência, qualquer negociação terá um custo maior. Ou seja, os partidos tentarão obter mais verba ou indicações para órgãos do governo”, frisou o cientista político Geraldo Tadeu, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “O ideal era que Bolsonaro resolvesse logo essa pendência jurídica para ter um horizonte mais tranquilo para organizar a campanha.”
Analistas também observam que a preocupação do mandatário em querer assumir uma posição de comando nos partidos pode atrapalhar os planos dele para as eleições. Na análise do cientista político Enrico Ribeiro — coordenador legislativo da Queiroz Assessoria em Relações Institucionais e Governamentais —, “é muito ruim um presidente da República gastar o tempo de reeleição, ainda mais na situação em que Bolsonaro está, com alta rejeição e a popularidade corroendo, querendo controlar um partido”.
Neste momento, o que ele precisa é de uma legenda com capilaridade, já estabelecida, que facilite as articulações para a construção de uma coligação. Se ele não se atentar a isso, não conseguirá se mobilizar de forma tão efetiva”, ponderou.
O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB), participou, nesta quinta-feira (27), no Palácio dos Leões, de uma reunião, mediada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), com representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário maranhense, além dos órgãos constitucionais, no intuito de estabelecer novas ações conjuntas de enfrentamento à Covid-19 no estado. O encontro atendeu a um pedido do presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), desembargador Lourival Serejo.
O chefe do Legislativo afirmou que, mais uma vez, o Maranhão atravessa um período crítico da pandemia com o aumento repentino do número de internações, tanto em leitos de enfermaria, quanto de UTI, chegando, só na Grande Ilha, a uma taxa de ocupação de 97% de leitos de UTI na rede hospitalar.
“Há uma necessidade urgente, primeiro, de ampliação do número de leitos. O governador Flávio Dino anunciou que, ainda hoje, criará mais leitos na rede estadual, mas é preciso que as outras instituições liberem leitos para atender a população, a exemplo do Hospital Universitário, que tem dentro da sua estrutura essa possibilidade imediata de ampliação”, assinalou Othelino Neto.
Na reunião, o governador Flávio Dino atualizou informações sobre o atual cenário da pandemia no estado e, também, esclareceu sobre a nova cepa indiana (variante da Covid-19), que foi registrada no Maranhão nos últimos dias. Também foram deliberadas novas medidas de enfrentamento conjunto do coronavírus no estado.
Na coletiva de imprensa, Othelino Neto enfatizou a necessidade urgente de ampliação do número de leitos para atendimento de pacientes com Covid-19
Medidas imediatas
Ao final do encontro, os chefes dos Poderes, bem como dos órgãos constitucionais e a Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem) assinaram um documento com oito medidas imediatas a serem adotadas.
Além da ampliação do número de leitos, constam no documento o alerta à sociedade quanto ao crescimento da pandemia no estado; a importância do uso de máscaras e de evitar aglomerações; a recomendação aos gestores municipais que analisem a realidade local e decidam quanto às medidas a serem adotadas; o uso rápido e intensivo de todas as doses de vacinas disponíveis; o apoio à revisão do Plano Nacional de Imunização; e a adoção de práticas responsáveis e de segurança sanitária quando do desempenho da atividade econômica.
Essas são medidas imediatas, que precisam acontecer nas próximas 24 horas, além de reforçar a vacinação. Também, claro, ratificamos a importância das medidas de cuidados sanitários, como o uso da máscara e evitar aglomerações. Este tripé é fundamental para que possamos superar esse momento crítico”, completou Othelino.
Também ficou marcada, para a próxima semana, uma nova reunião para monitoramento e análise de dados, a fim da adoção de novas medidas de combate à pandemia no estado. “Na semana que vem, vamos avaliar o que avançou de hoje para lá, e esperamos que, a partir dessas medidas que estão sendo tomadas, possamos, em breve, superar esse momento”, assinalou o presidente da Assembleia.
Flávio Dino descartou a possibilidade de lockdown e reiterou que o atual cenário não decorre da nova cepa indiana
União
Em coletiva à imprensa, o governador Flávio Dino descartou a possibilidade de lockdown e reiterou que o atual cenário não decorre da nova cepa indiana. O chefe do Executivo também frisou a importância da união entre os Poderes no enfrentamento da pandemia.
“Estamos, há 15 meses, enfrentando a crise do coronavírus todos os dias e vamos continuar. Mas, chegamos a um patamar em que precisamos de ampla colaboração e o saldo, muito relevante desse diálogo, é de que os Poderes do Estado e as representações municipais, lideradas pela Famem, estão unidas para fazermos o que precisa ser feito”, enfatizou.
O presidente do TJMA, desembargador Lourival Serejo, fez um apelo sobre a seriedade do momento. “A situação é muito séria no Maranhão e precisamos estar unidos, todos os Poderes e a população. Faço esse apelo, com muita ênfase, para termos cuidado com a nossa saúde e a do próximo”, disse.
O encontro reuniu, ainda, representantes do Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunal de Contas do Estado e Procuradoria Geral do Estado.
Não há identificação de transmissão local da cepa indiana no Maranhão. A confirmação veio do governador Flávio Dino, em coletiva à imprensa, nesta sexta-feira (28), no Palácio dos Leões. O governador informou que o paciente indiano, de 54 anos, segue internado em hospital da rede privada, em São Luís, e sendo monitorado. Na ocasião, Flávio Dino anunciou ainda a vacinação de profissionais da comunicação, entrega de mais vacinas aos municípios e atualizou o cenário da Covid-19 no Maranhão.
Um total de 147 pessoas, que tiveram contato com o paciente, foram testadas – seis casos deram positivo para a variante P1 (variante de Manaus) e não a cepa indiana. Diante do cenário, o Governo do Maranhão determinou testagem de toda a tripulação do navio indiano; e proibiu atracamento da embarcação em porto maranhense. “Portanto, não se trata da cepa indiana. Não há identificação de transmissão local da cepa indiana no Maranhão, até o momento”, afirmou o governador Flávio Dino.
A fiscalização ao desembarque de embarcações também foi intensificada. A partir de agora, deve ser comunicado previamente à Secretaria de Estado da Saúde (SES) os desembarques de navios e as estadas em hotéis e similares. “Hoje encerra o período de quarentena do navio, que permanece ancorado a dezenas de quilômetros de São Luís e colocamos que toda a tripulação seja testada, para termos certeza de que estão livres do coronavírus”, destacou Dino.
Ainda nesta sexta-feira, o Governo do Maranhão reúne com a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratar do tema.
A partir deste sábado (29), o Governo dá continuidade à vacinação na indústria alcançando as empresas gráficas, incluindo as de comunicação/jornalismo, abrangendo todos os setores – televisão, rádio, web, jornais, assessorias de comunicação; e também, todos os profissionais – do jornalista/comunicador até atividades auxiliares como porteiro, secretário, gráficos, serviços gerais, dentre outros trabalhadores.
Nesta primeira etapa, a vacinação da categoria inicia pelas empresas. Quanto aos autônomos, será tratado junto às Comissões Intergestores Bipartite (CIB) – órgãos vinculados às Secretarias Estaduais de Saúde – e os processos de vacinação caberão às prefeituras.
Saiu, há pouco, o documento da reunião do governador Flávio Dino com os chefes de poderes do estado.Eis a íntegra: Os Chefes dos Poderes e dos órgãos constitucionais, assim como a Federação dos Municípios: 1. Alertam toda a sociedade quanto ao novo crescimento da pandemia no Brasil e no nosso Estado; 2. Enfatizam a importância de medidas preventivas, especialmente o uso de mascaras e o impedimento a aglomerações desnecessárias; 3. Recomendam aos gestores municipais que analisem as realidades locais e decidam quanto ao cabimento das medidas em cada cidade; 4. Conclamam para que haja uso rápido e intensivo de todas as doses de vacinas disponíveis, e que a aplicação das doses seja lançada no sistema informatizado do Ministério da Saúde; 5. Sublinham que é fundamental a ampliação de leitos hospitalares e o funcionamento eficiente da Atenção Básica, inclusive com testes disponíveis à população; 6. Apoiam a revisão do Plano Nacional de Imunização, para que haja adaptação mais rápida de diretrizes nacionais as realidades locais; 7. Convocam os empresários, trabalhadores e consumidores a práticas responsáveis e com segurança sanitária, quando do desempenho de atividades econômicas; 8. Comprometem-se a, na próxima semana, realizarem nova reunião JV de monitoramento e análise de dados, a fim de adoção de novas medidas quanto combate ao coronavírus no Estado do Maranhão.
O diálogo e a união são caminhos fundamentais para que o Brasil ultrapasse esse difícil momento, com planejamento, gestão eficaz e coordenação nacional de todos os entes da Federação.
O diálogo e a união são caminhos fundamentais para que o Brasil ultrapasse esse difícil momento, com planejamento, gestão eficaz e coordenação nacional de todos os entes da Federação.
São Luís, 27 de maio de 2021.
FLAVIO DINO Governador do Estado do Maranhão
LOURIVAL SEREJO – Presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão
OTHELINO NETO – Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão
EDUARDO NICOLAU – Procurador-Geral de Justiça do Estado do Maranhão
WASHINGTOM OLIVEIRA – Conselheiro vice-presidente do Tribunal de Contas do Maranhão
ALBERTO BASTOS – Defensor Público-Geral do Estado do Maranhão
ERLANIO XAVIER- Presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão
Ainda sem bater o martelo sobre a eleição presidencial de 2022, o PSB prepara a filiação de lideranças do PCdoB, como o governador do Maranhão, Flávio Dino, o deputado federal Orlando Silva (SP) e a ex-deputada Manuela D’Ávila (RS). Todos têm se manifestado favoravelmente a uma chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assim como o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), outro nome que costura seu embarque no PSB.
Previstas para começar em junho, as filiações aguardam o afunilamento de propostas de reforma eleitoral na Câmara. A direção do PCdoB defende a criação da “federação partidária”, modelo em que partidos podem se unir nas eleições sem que deixem de existir de forma autônoma. Embora agrade ao PCdoB, a ideia encontra resistência no PSB, que considera o modelo antagônico à “autorreforma” feita pela sigla em 2019. Nesta quarta-feira, ao debater aspectos gerais desta autorreforma numa live com Dino, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que o governador tem uma “coincidência de pontos de vista” e “poderia perfeitamente estar filiado ao partido, se quiser”.
— Vemos com simpatia as filiações de todos esses nomes (Dino, Freixo, Manuela e Orlando), serão muito bem-vindos. Mas respeitando os trâmites internos de seus partidos. O PCdoB colocou a necessidade de aguardar a reforma eleitoral. Há alternativas à federação, como a possibilidade de incorporação pelo PSB — afirmou o deputado Julio Delgado (PSB-MG), vice-presidente de relações interpartidárias da sigla.
O modelo de federação é o plano prioritário do PCdoB para tentar superar a cláusula de barreira, que exigirá dos partidos no mínimo 2% dos votos em âmbito nacional para que tenham acesso a verba pública e ao tempo de TV. O partido já não atingiu a barreira em 2018, com parâmetros mais brandos. Na federação, os partidos precisariam atuar conjuntamente no Legislativo, numa espécie de coligação mais rígida. Um projeto de lei sobre o tema foi aprovado no Senado em 2015, mas está parado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A expectativa do PCdoB é que ele seja votado ainda em junho.
Outra aposta é que o tema entre no relatório da reforma eleitoral, da deputada Margarete Coelho (PP-PI), que será apresentado às comissões da Casa no próximo mês. Para valer em 2022, as alterações precisam ocorrer até outubro.
Em nota no dia 15, o comitê central do PCdoB disse que, sem a federação, o partido “irá procurar alternativas de frentes políticas”, sem detalhar quais. O partido estipulou o começo de junho como prazo máximo para avaliar se há viabilidade da federação para 2022. As alternativas, segundo apurou o GLOBO, são a fusão ou incorporação ao PSB.
Na fusão, os dois partidos se juntam para elaborar um novo estatuto, num processo mais demorado. Na incorporação, uma das legendas decide se adota trechos do programa da sigla incorporada. Reservadamente, lideranças do PCdoB admitem retomar conversas por uma fusão com o PSB, pausadas antes das eleições municipais, mas não falam por ora em negociar uma incorporação. Nesse cenário, a migração em bloco de nomes do PCdoB antes de 2022 passou a ser cogitada como sinalização de boa-fé entre as duas legendas, além de permitir a nomes como Dino e Manuela maior estrutura e recursos para disputar cargos majoritários nos seus estados no próximo ano. No PSB, mudanças de nome ou de programa não são cogitadas por ora.
— Há um diálogo entre PSB e PCdoB que pode trazer convergências, mas é preciso antes vencer a etapa de mudanças na lei eleitoral. Nossa posição é lutar pela federação. O que entendemos por fusão é que dois se juntam para formar uma terceira coisa — disse o deputado Orlando Silva.
Início de junho Dino, que tem conversas mais avançadas, pode fazer a mudança de partido já no início de junho. O governador do Maranhão já alinhou com o PSB que concorrerá ao Senado. O PSB não descarta se coligar ao PT, seja na chapa presidencial ou em palanques locais, mas seguirá mantendo por ora o apoio à construção de uma terceira via nacional, tese mais forte em diretórios de estados como Minas e São Paulo, mas presente também em alas de estados mais “lulistas”, como Pernambuco.
A filiação de Orlando Silva, ex-ministro do governo Lula, é tida como importante para consolidar um apoio petista à candidatura de Márcio França (PSB) ao governo de São Paulo — Fernando Haddad (PT) também é cotado para concorrer ao cargo. No caso de outros nomes do PCdoB, a migração ao PSB serviria para reforçar as estruturas partidárias em estados importantes para ambos, como Pernambuco e Maranhão.
Assim como Dino, a filiação de Freixo é tida como bem encaminhada no PSB, mas, segundo Delgado, houve uma “trava” devido a uma tentativa recente da cúpula do PSOL de pactuar a permanência do deputado, pré-candidato ao governo do Rio. Embora dirigentes do PSOL defendam um “meio-termo” com Freixo, o partido não modificou seu veto a alianças fora da esquerda. Freixo se isolou no PSOL fluminense ao defender uma chapa com nomes do chamado “centro político”, classificado no partido como “direita liberal”, e abrir conversas com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM).
Procurados, os presidentes do PSB, Carlos Siqueira, e do PSOL, Juliano Medeiros, não quiseram comentar. O GLOBO não conseguiu contato com a presidente do PCdoB, Luciana Santos. O Globo
Flávio Dino informou hoje (26) que terá reunião técnica com os chefes dos poderes legislativo, judiciário, TCE, Ministério Público e Defensoria Pública para tratar sobre o aumento de casos de COVID-19 em todo Maranhão. Estão sendo aguardadas medidas mais restritivas para combater a pandemia .
A preocupação é o crescente número de casos do novo coronavírus em todo estado. E neste sentido medidas mais duras serão tomadas, como o fechamento de bares e restaurantes, suspensão de aulas presenciais, disciplinamento em vários estabelecimentos comerciais e nos transportes coletivos.