Nos últimos dias o ex-presidente Lula protagonizou uma série de ações políticas que devem bagunçar o grupo do governador Flávio Dino (PCdoB) e minar sua liderança política no estado. A reunião com o ex-presidente José Sarney e o apoio ao senador Weverton Rocha (PDT) ao governo do estado são, indiscutivelmente, ações que afrontam a liderança comunista no estado.
O ex-presidente José Sarney, tido como principal adversário de Flávio Dino no estado, foi cortejado por Lula na última sexta. O petista divulgou em suas redes sociais uma foto com Sarney que expõe o laço de amizade entre os dois e o desejo de Lula em contar com o apoio do maranhense em sua base de apoio para a eleição presidencial de 2022.
O gesto de devoção de Lula a Sarney agravou uma outra ação acontecida ainda nesta semana: o apoio ao senador Weverton Rocha.
Weverton disputa a vaga de candidato da frente de esquerda no estado para a sucessão de Flávio Dino. Recentemente o governador deu declarações e se movimentou de forma a deixar claro que não irá apoiar o pedetista Weverton. O comunista prefere o vice-governador, Carlos Brandão (PSDB).
A disputa entre Brandão e Weverton deve se acirrar nos próximos meses. Alguns esperam uma guerra civil pelo poder que pode ter os mesmos resultados de 2020. Na ocasião a base do governador saiu rachada por conta do confronto entre o deputado estadual Neto Evangelista (DEM), Rubens Jr (PCdoB) e Duarte Jr (Republicanos), todos membros do grupo governista que se engalfinharam no pleito.
A desunião entre eles facilitou a vitória do já favorito Eduardo Braide (Podemos) na eleição da capital.
Apesar de não declarar publicamente e de fazer juras de lealdade ao ex-presidente Lula, Flávio Dino tem sua liderança no estado ameaçada por Lula. Menos e um ano após o racha que quase implode sua base, agora o governador tem que gerenciar o fato de que o maior líder de esquerda no país acena para seus adversários no estado.
A ação de Lula também pode interromper a campanha de Flávio Dino que visava fortalecer a base do vice-governador. Em uma tentativa de isolar Weverton Rocha, o governador iniciou uma série de reuniões, todas acompanhadas de Brandão, em que expõe seu apoio e pede ajuda na eleição dele em 2022.
Recentemente o jornal Folha de São Paulo também noticiou que o PT nacional não pretende apoiar uma candidatura capitaneada pelo PSDB ao Governo no Maranhão. O fato é que a intervenção de Lula no estado à revelia do que pensa e quer o governador Flávio Dino é mais um problema que bate na porta do comunista.
Fonte: Linhares Jr.